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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°95 - ABRIL DE 2006 4e3j1m

Compensado

Compensado prioriza qualidade para competir 1840j

As madeiras de reflorestamento, especialmente pinus, que até pouco tempo eram vistas com cautela por produtores céticos, agora ganham credibilidade e impulsionam a produtividade. O ano de 2005 foi estável para o segmento de compensados de pinus. A produção foi de aproximadamente 2.400.000 m³ (basicamente o mesmo volume produzido em 2004). As exportações também se mantiveram estáveis (2.284.000 m3). Trata-se do mesmo nível exportado em 2004. O mercado externo é muito representativo para o segmento. Atualmente cerca de 80% da produção brasileira é exportada. No caso do compensado de pinus, os Estados Unidos e o Reino Unido lideram como destino das exportações brasileiras. Juntamente, eles demandam quase mais de 50% das vendas externas brasileiras.O mesmo acontece com o compensado tropical.

Atualmente, estima-se que existam em operação cerca de 200 indústrias produtoras de compensado no Brasil, embora atualmente as empresas que utilizam o pinus como matéria-prima estão obtendo maior espaço no mercado.

Dados preliminares da ST Engenharia de Projetos indicam que a produção nacional de compensado tropical caiu quase 10% em 2005. Estima-se que em 2005 a produção nacional de compensado tropical atingiu 1.250.000 m³. Isso ocorreu basicamente em função da diminuição das exportações, uma vez que a demanda do mercado doméstico manteve-se estável. Em 2005, as exportações de compensado tropical caíram para 731.000 m³, o que representa uma variação negativa de 27% em relação a 2004.

A fabricação de compensado já tem cerca de oitenta anos no Brasil. Começou com a madeira do pinheiro do Paraná existente nas florestas naturais da época, localizadas principalmente no sul do país. Com a expansão da agricultura e a excessiva derrubada do pinheiro do Paraná, as reservas dessa árvore foram diminuindo gradualmente fazendo com que, nos anos sessenta, a indústria do compensado começasse a mudar-se para o norte, para a região amazônica.

Novas mudanças tiveram lugar no começo dos anos noventa e, durante os últimos dez anos, plantações de pinheiros, localizadas principalmente no sul, vieram a tornar-se uma importante fonte de matéria-prima para a indústria do compensado.

Nas últimas três ou quatro décadas a indústria aprendeu a investir na mudança da floresta natural de coníferas do sul do país para as folhosas tropicais e, mais ainda, teve que ar a usar toras de diâmetros menores provenientes das plantações de pinheiros no sul. O próximo o será o das plantações de folhosas, inclusive o eucalipto e outras espécies. Essas plantações de folhosas tropicais deverão ser, já no começo da próxima década, uma importante fonte de matéria-prima para a indústria de compensado no Brasil.

A produção brasileira de compensado está crescendo, apesar da forte concorrência dos outros painéis de madeira, como o particulado, o MDF, o OSB e outros produtos não em madeira. A produção total nacional chegou a 3,8 milhões de metros cúbicos em 2004.

A produção de compensado tropical aumentou de aproximadamente 900 mil m³ em 1995 para 1,4 milhões em 2004, num aumento de perto de 55%;

Entre 1995 e 2004, a produção de compensado de pinho aumentou de 700 mil m³ para 2,4 milhões, o que representa um aumento de 240% no período.

Esse aumento na produção foi o resultado de vários fatores, como a disponibilidade de matéria prima (sobretudo a proveniente de plantações de pinho), investimentos feitos pela indústria no sentido de aumentar a produtividade e a qualidade do produto.

Comercialização

O Brasil tem uma população de aproximadamente 180 milhões e a indústria madeireira considera o mercado interno como sendo da maior importância. Mercado esse que foi, por muitos anos, o objetivo principal da indústria nacional.

Na realidade muito pouca gente sabe que o Brasil já foi um importador de produtos de madeira. Para dar-lhes um exemplo, até 1910 a maioria da madeira consumida no País vinha importada do Canadá, Estados Unidos e da Finlândia. Problemas de fornecimento na Primeira Guerra Mundial fizeram com que uma indústria madeireira nacional viesse a se desenvolver.

Apenas recentemente o Brasil começou a aparecer no mercado internacional de produtos de origem florestal, fazendo com que a fatia ocupada pelo país, nesse mercado, aumentasse de pouco mais que um por cento no começo dos anos noventa para aproximadamente quatro por cento em 2004. Atualmente o Brasil exporta US$ 7,5 bilhões em produtos florestais anualmente, a metade disso sendo constituída de produtos de madeira sólida.

A indústria de compensado tem, hoje, nas exportações, uma parcela importante de seus negócios. Em 2004, essas exportações totalizaram 2,9 milhões de m³, ou 75% do total produzido. Perto de 65% de todo o compensado hoje exportado é de pinho.

Nos últimos dez anos o total exportado aumentou aproximadamente 300%, num crescimento médio anual de 14,5%.

As exportações de compensado de pinus aumentaram de aproximadamente 200 mil em 1995 para 1,9 milhões em 2004, num crescimento impressionante de 850% no período.

As exportações de compensado tropical praticamente dobraram no mesmo período, de aproximadamente 500 mil m³ para 1,1 milhões.

O aumento nas importações aconteceu a partir de um aumento na participação de vários mercados, uma vez que os mercados mais tradicionais não apresentaram aumentos significativos e, em alguns casos, chegaram até a se retrair.

Fatores extra-setoriais (como o câmbio, por exemplo) foram importantes na obtenção desses resultados, mas não resta dúvida que a indústria de compensado teve competência e capacidade para direcionar investimentos no sentido de aumentar a produção, a qualidade dos produtos e força suficiente para aumentar a sua fatia de mercado.

Programas de qualidade como o PNQM - Programa Nacional de Qualidade da Madeira, foi elaborado no sentido de promover o uso dos produtos de madeira, facilitando ao mesmo tempo o o ao mercado. No momento, a ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada continua trabalhando no PNQM, no sentido de:

- Incorporá-lo no sistema nacional de certificação para, no futuro, solicitar o reconhecimento mútuo dentro do sistema internacional de certificação;

- Atrair um número cada vez maior de empresas para a certificação, prestando uma atenção toda especial às pequenas e médias empresas;

- Aumentar a eficiência do programa no sentido de reduzir os custos.

Uma outra iniciativa importante da ABIMCI para melhorar o o ao mercado foi a contribuição feita ao Sistema Nacional de Certificação Florestal, o CERFLOR. Tal iniciativa resultou de um projeto financiado pelo ITTO e implementado pela ABIMCI. O CERFLOR concretizou, inclusive, um acordo com o sistema europeu de certificação florestal.

Entre os desafios do setor está a competitividade, tendo em vista que o preço continua sendo o problema mais importante. A China está invadindo os mercados e, a certificação já não pesa tanto na competitividade. Possíveis problemas provenientes do uso de compensado não certificado na construção civil parecem não sensibilizar o mercado comprador.

No entanto, os associados da ABIMCI têm investido mais de US$ 2 milhões na certificação de fabricantes de compensado, construção de laboratórios, ajuste de padrões e de acordos com organizações internacionais de certificação. A tendência é que o setor seja solidificado com uma fatia do mercado que prioriza a qualidade e aceita preços competitivos.

Fonte: Abimci e ST Engenharia de Projetos.