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Madeiras : Silvicultura 2ys3n

Viveiros 2f4u35

Para a escolha do local onde ser instalado o viveiro, devem-se levar em considerao os seguintes aspectos: facilidade de o; suprimento de gua; rea livre de ervas daninha; declividade da rea do viveiro e luz. 631h2f

Durante todo o perodo, aps a semeadura, h necessidade de abundncia de gua para irrigao. Podero ser utilizadas guas de rios, lagos e de origem subterrnea, devendo ser evitada a introduo de algas ou sementes de ervas. A gua deve ter menos de 200 partes por milho (ppm) de silte e clcio e menos de 10 ppm de sdio e 0,5 ppm de boro.

Dever existir contnua vigilncia e erradicao das ervas daninhas efetuada imediatamente aps o seu aparecimento, quer sejam perenes ou anuais.

A declividade deve ser de 2%, no mximo, para no correr danos por eroso. importante salientar que os canteiros devem ser instalados em nvel, perpendiculares movimentao da gua. reas planas contribuem para o acmulo de gua da chuva, principalmente quando o percentual de argila for maior que o indicado.

O viveiro possui dois tipos de reas: reas produtivas, compostas pela soma das reas de canteiros e sementeiras, em que se desenvolvem as atividades de produo e reas no produtivas que se constituem dos caminhos, estradas e reas construdas.

A extenso do viveiro ser determinada em funo de fatores, tais como: quantidade de mudas para o plantio e replantio; densidade de mudas/m2 (em funo da espcie); espcie e seu perodo de rotao; dimenses dos canteiros, dos eios (caminhos) e das estradas; dimenses dos eios (ou caminhos); dimenso das estradas (ou ruas); dimenso das instalaes; adoo, ou no, de rea para adubao verde (no caso de viveiros em raiz nua). A distribuio dos canteiros, caminhos, construes e principalmente o o devem visar a melhor circulao e utilizao da estrutura do viveiro.

Deve-se levar em considerao a necessidade de luz solar, evitando na locao do viveiro uma rea inconveniente. O viveiro deve ser instalado em local totalmente ensolarado. Se houver necessidade de sombra, pode-se lanar mo de abrigos, como o sombrite. Em alguns casos, o sombreamento necessrio em certos perodos. As espcies umbrfilas exigem proteo contra a luz solar. Os raios solares concorrem para a rustificao dos tecidos, tornando as mudas mais robustas e resistentes.

Em relao exposio solar, deve-se colocar o comprimento dos canteiros voltado para a face norte, acompanhando-os ao longo de sua extenso. Contudo, tal medida para locao dos canteiros deve ser tomada, apenas se for possvel, pois existem outros critrios prioritrios.

Viveiros Provisrios: temporrios ou volantes, visam uma produo restrita; localizam-se prximos s reas de plantio e possuem instalaes de baixo custo.

Viveiros Permanentes: centrais ou fixos, geralmente ocupam uma maior superfcie, fornecem mudas para uma ampla regio, possuem instalaes definitivas com excelente localizao. Requerem planejamento mais acurado; as instalaes so tambm permanentes e de maiores dimenses.

Viveiros com mudas em raiz nua: as mudas em raiz nua no possuem proteo do sistema radicial no momento de plantio. A semeadura feita diretamente nos canteiros e as mudas so retiradas para o plantio, tendo-se apenas o cuidado de se evitar insolao direta ou, at mesmo, vento no sistema radicial. O solo onde se desenvolvem as razes permanece no viveiro. Aps a retirada, so ordenadas em grupos, com material mido envolvendo as razes, antes da expedio para o plantio. Este tipo de viveiro muito difundido no sul do Brasil para Pinus spp. Contudo, algumas espcies promissoras na Amaznia, como o freij – Cordia goeldiana, tatajuba - Bagassa guianensis, e marup - Simaruba amara – tm demonstrado aptido para plantio com muda em raiz nua em forma de “stripling”.

Viveiro com mudas em recipientes: apresentam o sistema radicial envolto por uma proteo que um substrato que o recipiente contm. Evidentemente, o substrato vai para o campo e colocado nas covas, com as mudas, protegendo as razes.

Topografia

O terreno dever apresentar-se aplainado, recomendando-se um leve declive, favorecendo o escoamento da gua, mas sem que provoque danos por eroso.

Para reas com elevada declividade, a alternativa mais plausvel a confeco de patamares para a locao de canteiros. Os patamares devem ser levemente inclinados e devem ter dispostas ao longo de sua extremidade manilhas em forma de “U” , a fim de impedir o escoamento de gua de chuvas fortes pelo talude, provocando eroso. Alm disto, aconselhvel seu revestimento com gramneas rasteiras.

A camada superficial removida deve ser reservada para aproveitamento na produo de mudas. Este substrato mais frtil, mas pode apresentar o inconveniente de conter sementes de ervas. Neste caso, a fumigao deste material pode ser recomendvel ou uso o de herbicida em aplicao pr-emergente.

Drenagem

Atravs da drenagem, provoca-se a infiltrao da umidade gravitacional e a retirada de gua por meio de valetas que funcionam como drenos. Sua localizao mais usual ao longo das estradas que circundam os blocos de canteiros. Os tipos de canalizaes veis de uso so:

• Vala Cega: composta de uma vala com pedras irregulares (a gua corre pelos espaos entre as pedras sendo possvel o trnsito por cima da vala);

• Vala Revestida: composta de uma vala com revestimento de cimento, tijolos ou outros materiais;

• Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno (podendo ser vegetada ou no).

As dimenses das valetas variam conforme a necessidade de drenagem area. Normalmente, a largura do fundo que plano tem cerca de 40 a 60 cm e a abertura de 70 a 80 cm. As paredes so inclinadas, na valeta aberta, para evitar seu desmoronamento. A altura das valetas tambm varivel, oscilando em torno de 90 cm. Se a rea for plana, a altura deve variar, com a profundidade maior para o lado externo, conduzindo a gua para fora do viveiro. Sendo a rea levemente inclinada, a profundidade da valeta pode ser uniforme.

Quebra-vento

So cortinas que tm por finalidade a proteo das mudas contra a ao prejudicial dos ventos. Devem, contudo, permitir que haja circulao de ar. So constitudas por espcies que se adaptem s condies ecolgicas do stio. Usualmente as espcies utilizadas so as mesmas que esto em produo no viveiro. O recomendado que sejam utilizadas espcies adequadas, distribudas em diferentes estratos, apresentando as seguintes caractersticas: alta flexibilidade, folhagem perene, crescimento rpido, copa bem formada e razes bem profundas.

importante salientar que as rvores que compem os quebra-ventos no devem projetar suas sombras sobre o canteiro. Para tanto, devem ser, em distncia conveniente, afastadas dos viveiros. As razes das rvores no devem fazer concorrncia com o sistema radicial das mudas em produo.

Para otimizao dos efeitos favorveis, alguns critrios bsicos devem ser observados:

• A altura deve ser a mxima possvel, uma vez que a rea a ser protegida depende da altura da barreira;

• A altura deve ser homognea, em toda sua extenso do quebra vento;

• As espcies que constituem o quebra-vento devem ser adaptadas s condies do stio;

• A permeabilidade deve ser mdia, no impedindo totalmente a circulao do vento;

• No devem existir falhas ao longo da barreira formada pelo quebra vento, para evitar o afunilamento da corrente de ar;

• A disposio do quebra vento deve ser perpendicular direo dominante do vento.

istrao e Controle

Para um melhor desempenho do viveiro, deve-se adotar alguns procedimentos istrativos, sendo os mais importantes:

• Planejamento da produo visando cobrir todas as fases do processo, em que devem ser considerados o nmero de mudas a serem produzidas, as espcies e as pocas mais adequadas para a produo;

• Estoque de insumos e demais materiais necessrios para a produo, tais como embalagens, ferramentas e outros;

• Disponibilidade de sementes necessrias ou locais definidos para coleta ou compra;

• Superviso dos trabalhos distribuindo atribuies e obrigaes ao pessoal;

• Acompanhamentos peridicos atravs de relatrios em que figurem informaes sobre as espcies produzidas, atividades produtivas com seus rendimentos e custos atualizados da produo.

Para facilitar a istrao e o manejo dos viveiros, so necessrias as seguintes instalaes: casa do viveirista; escritrio; depsito para equipamento e ferramentas; depsito para produtos qumicos e abrigo aberto nas laterais (para atividades que no podem ser executadas sob chuva)

Canteiro para raiz nua: dentre os tipos de canteiro utilizados para a produo de mudas em raiz nua, os mais utilizados so os diretamente no solo e os canteiros com anteparos laterais. A proteo lateral pode ser feita com vrios materiais, dependendo da disponibilidade de recursos e da facilidade de obteno, podendo vir a ser utilizados: madeira, bambu, tijolos, concreto.

Canteiros para embalagens: devem apresentar uma largura que permita o manuseio das mudas centrais (+ 1 metro de largura), o comprimento pode variar sendo os mais adotados os de 10 a 20 metros. A instalao deve posicionar-se longitudinalmente no sentido leste-oeste para permitir uma insolao uniforme. O terreno deve ter um rebaixamento para o acomodamento das embalagens. Outra possibilidade a utilizao do solo como bordadura, ou ainda a montagem de molduras com materiais diversos, como tijolo, madeira, arame, taquara e concreto.

Sementeiras: o local onde as sementes so postas para germinarem e posteriormente serem transplantadas para as embalagens (repicagem). Podem apresentar-se em duas formas: fixas ou mveis. As fixas so sementeiras instaladas em locais definitivos, geralmente visando produo de um nmero grande de mudas. As mveis so sementeiras montadas em recipientes com drenagem e volume compatvel com as necessidades; podem ser feitas de madeira, plstico ou metal; e tem a facilidade de serem transportveis. Devido a esta caracterstica, a sementeira no pode ser muito grande, o que limita o nmero de mudas a serem produzidas. A instalao de canteiros e sementeiras acompanhada da necessidade da instalao de um abrigo para a proteo das mudas recm repicadas ou plntulas. Deve-se deixar um intervalo entre os canteiros ou sementeiras que permita o desenvolvimento das atividades de produo

Recipientes: Aps o peneiramento, mistura (adubo, matria orgnica, etc.) e expurgo (brometo de metila), o substrato est pronto para o enchimento dos recipientes. As funes dos recipientes so propiciar e de nutrio das mudas, proteger as razes de danos mecnicos e da desidratao, mold-las em forma favorvel para o desenvolvimento das mudas, assim como maximizar a taxa de sobrevivncia e o crescimento inicial aps o plantio e facilitar o manuseio no viveiro e no plantio.

Tipos de recipientes

Tubos: possuem parede externa, precisam ser preenchidos com substrato e podem ser plantados com as mudas. A rigidez da parede permite fcil manuseio e transporte das mudas e a impermeabilidade da parede pode restringir a dessecao do substrato, dependendo do material com que confeccionado. Como exemplo, podem ser citados os recipientes de papel, papelo, lminas de madeira, etc. A exceo fica por conta do saco plstico, que no pode ser plantado com as mudas.

Moldes: tambm so preenchidos com substrato, sendo que as mudas permanecem nos moldes por um perodo suficiente para que sua massa radicial envolva todo substrato das cavidades, facilitando sua extrao.

Blocos: o prprio recipiente e o substrato. So plantados com as mudas. Usualmente so rgidos e permitem rpido desenvolvimento das razes. Em conformidade com o perodo no viveiro, possibilitam a penetrao das razes no espao das mudas vizinhas. Como exemplo, tem-se o torro paulista, recipiente no mais utilizado no Brasil.

Vantagens do uso dos recipientes: proteo das razes; a poca do plantio pode ser ampliada; melhor desenvolvimento inicial das mudas; melhor controle sobre a quantidade de sementes.

Desvantagens do uso de recipientes: maior peso para o transporte; so mais difceis de serem manuseados; exigem trabalho mais intensivo; custos mais elevados de produo.

Substrato

Substrato o meio em que as razes se desenvolvem formando um e estrutural, fornecendo gua, oxignio e nutrientes para que a parte area das mudas se desenvolva. Os tipos de substratos usados no Pas so:

Canteiros em raiz nua: o nico substrato o prprio solo, que constitui o meio de desenvolvimento das razes.

Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado uma mistura de materiais, devidamente decompostos. Os principais componentes desta mistura so: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de rvores e de arroz. A adubao mineral introduzida mistura.

A semeadura no deve ser superficial, pois as sementes recebem intenso calor do sol, no absorvendo umidade em quantidade adequada germinao. Tambm no deve ser profunda, pelo fato de que o peso do substrato constitui um fator fsico inibidor da emergncia de plntulas.

A profundidade ideal dever variar com as dimenses e o vigor das sementes. Geralmente a profundidade no dever ultraar de duas a trs vezes a espessura da semente.

Como cobertura coloca-se uma camada de material que deve ser leve, atxica, higroscpica e que recubra, em espessura adequada, a superfcie dos canteiros. Visa conservar a umidade necessria, proporcionando emergncia mais homognea; proteger as sementes de chuvas, fortes regas e oscilaes de temperatura na superfcie do canteiro aps a semeadura.

A cobertura dos canteiros tambm protege as razes novas e mais finas das plntulas logo aps a emergncia. Os materiais mais utilizados para cobertura de canteiros so: casca de arroz, accula seca picada, vermiculita, sepilho, areia, serragem, etc. Podem ser utilizados, por perodos curtos e controlados, plsticos e aniagem que aumentam a temperatura na superfcie dos canteiros, estimulando a germinao das sementes.

Irrigao

Para as sementeiras ou canteiros em germinao, as regas devem ser freqentes at as mudas atingirem uma altura aproximada de cinco centmetros (folhas formadas), sendo os melhores horrios pela manh ou no perodo final da tarde. A irrigao no incio das manhs recomendvel em pocas e em locais frios, para desmanchar o gelo formado por geadas. Regas ao final do dia contribuem para que o substrato permanea mido por mais tempo, de modo que o potencial hdrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as noites.

recomendado que aps a emergncia ter alcanado seu pice, o regime de regas deva ser alterado, substituindo-se gradativamente a irrigao freqente e leve por outro regime de maiores intensidades e durao de rega. Substratos com teores elevados de areia requerem maior freqncia que os de menores teores.

Deve-se tomar cuidado com o excesso da irrigao, pois isto poder acarretar as seguintes conseqncias:

• diminuio da circulao de ar no substrato;

• lixiviao das substncias nutritivas;

• aumento da sensibilidade das mudas ao ataque de fungos.

Os trabalhos de irrigao podero ser feitos com a utilizao de mangueiras, regadores ou aspersores, dependendo das condies de cada viveiro.

As doenas em viveiros esto associadas principalmente a quatro fatores: gua, sombreamento, substrato e material propagativo. Devido s suas caractersticas, o viveiro rene condies de umidade, sombreamento e proximidade das mudas que favorecem a instalao, o desenvolvimento e a disseminao de doenas fngicas.

Para o controle de doenas, podem ser utilizadas as seguintes medidas:

• Medidas preventivas so tomadas antes do aparecimento das doenas e esto associadas s tcnicas de manejo do viveiro, que tm por finalidade a melhoria das condies ambientais do viveiro;

• As medidas curativas so tomadas aps diagnosticado o aparecimento dos sintomas da doena. A utilizao de fungicidas torna-se indispensvel;

As prticas adotadas para o controle de doenas so:

• Melhoria das condies ambientais do viveiro: controle da irrigao, semeadura, drenagem, insolao e adubao;

• Desinfestao de substrato e recipiente: geralmente so utilizados produtos que tenham como princpio ativo o brometo de metila;

• Identificao dos agentes patgenos: muito comum a ocorrncia de doenas associadas aos fungos dos genros: Cylindrocladium spp, Rhizoctonia spp., Pythium spp., Fusarium spp., Phytophtora spp;

• Aplicao de fungicidas: geralmente utilizam-se 2 gramas de fungicida para 1 litro de gua com intervalo de trs dias entre as aplicaes. Dentre alguns fungicidas utilizados, esto: Benomyl, Benlate e Captan 50;

• Descarte de mudas atacadas: mudas que estejam contaminadas devero ser descartadas para evitar a contaminao das mudas vizinhas.

Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalstica da Revista da Madeira

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